A situação financeira de França surge como um dos principais focos de preocupação. O Ministério das Finanças reafirmou a sua meta de reduzir o rácio da dívida pública para 90,2% do PIB no final de 2025, justificando o aumento temporário para 97,6% no terceiro trimestre como uma consequência da acumulação de depósitos para cumprir amortizações de dívida. No entanto, esta visão otimista é contrastada pelos avisos de Nazaré da Costa Cabral, presidente do CFP.
Durante uma audição parlamentar, a responsável alertou para a vulnerabilidade de Portugal a choques externos, destacando a situação em França. Segundo Costa Cabral, França enfrenta uma “grande dificuldade financeira, porque tem uma dívida pública enorme, que não para de crescer”, e a “perceção de risco da República Francesa pode, de alguma maneira, vir a ter contágio numa economia como a portuguesa”.
A presidente do CFP apelou à prudência, sublinhando que Portugal “não pode estar descansado nem relaxado em relação à nossa situação orçamental”.
Para além do risco francês, foram mencionados outros fatores de instabilidade, como a reconfiguração das cadeias de abastecimento globais e os impactos sociais da inteligência artificial, que podem levar a “lay-offs ou até despedimentos coletivos”.
Neste contexto, o CFP aconselha cautela em relação a reduções fiscais estruturais, como a do IRC, defendendo que só devem avançar após um controlo efetivo da despesa corrente.














