No entanto, o debate intensifica-se em torno da natureza dos apoios, com o Conselho Económico e Social (CES) a defender aumentos estruturais em detrimento de bónus extraordinários. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, anunciou no Parlamento que as pensões mais baixas (até dois Indexantes de Apoios Sociais) deverão ter um aumento de 2,79% em 2026, o que, segundo as suas palavras, representa “uma recuperação do poder de compra para 90% dos pensionistas”. Esta medida, juntamente com o aumento do Complemento Solidário para Idosos (CSI), implicará uma despesa permanente de 1,06 mil milhões de euros.

Adicionalmente, o Governo e o PSD mostraram-se abertos à atribuição de um novo bónus extraordinário, dependendo da “evolução da execução orçamental”.

Esta abordagem, contudo, colide com a recomendação do Conselho Económico e Social (CES).

No seu parecer ao OE2026, o CES sublinha que, embora os apoios pontuais possam mitigar crises imediatas, o Orçamento “deve privilegiar o aumento estrutural das pensões em detrimento de ajudas ‘ad hoc’”. Esta visão é partilhada por outras vozes que defendem que os aumentos permanentes oferecem maior previsibilidade e segurança aos pensionistas, ao contrário dos bónus, que dependem da conjuntura orçamental de cada ano.

O debate reflete, assim, uma tensão fundamental entre a concessão de alívios financeiros imediatos e a necessidade de garantir a sustentabilidade e adequação do sistema de pensões a longo prazo.