Este negócio marca o culminar de um longo processo iniciado com a resolução do Banco Espírito Santo e tem um impacto significativo nas contas públicas e no mercado de fusões e aquisições em Portugal.

A operação foi notificada à Direção-Geral da Concorrência em Bruxelas, que deverá pronunciar-se até 17 de dezembro.

A venda abrange as participações do fundo Lone Star (acionista maioritário), do Fundo de Resolução e do Estado português, tornando o BPCE o acionista único do quarto maior banco nacional. O processo encerra um capítulo complexo da história financeira portuguesa, que começou com a resolução do BES em 2014 e implicou a injeção de 3.405 milhões de euros do Fundo de Resolução no Novobanco desde 2017.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu que a alienação "reforça a diversificação do sistema bancário nacional e que evita 'concentrações excessivas'".

A venda terá um impacto direto no Orçamento de Estado de 2026, que prevê um encaixe de quase 1,7 mil milhões de euros. Adicionalmente, o negócio transformou as estatísticas do mercado de fusões e aquisições (M&A) em Portugal para 2025: sem esta operação, o ano registaria uma quebra de 30% no capital mobilizado; com ela, o valor aumentou 33,5% para 13,8 mil milhões de euros nos primeiros dez meses do ano.