A agência de notação financeira Moody's decidiu manter a classificação da dívida soberana de Portugal em A3, com uma perspetiva estável, frustrando as expectativas de uma subida que a alinharia com outras agências. A decisão reflete um equilíbrio entre a competitividade da economia portuguesa e as preocupações com o elevado nível de endividamento. Na sua avaliação, a Moody's justifica a confirmação do 'rating' A3 com base na “economia competitiva e diversificada do país, bem como o seu nível de vida relativamente elevado” e na “elevada solidez institucional e de governação”. No entanto, a agência contrapõe que a classificação também tem em conta “um elevado nível de endividamento e uma robusta capacidade de pagamento da dívida, embora ambos sejam mais fracos em comparação com outros países com classificações semelhantes”.
Esta avaliação deixa a Moody's numa posição mais conservadora do que as suas congéneres S&P, Fitch e DBRS, que atribuem classificações superiores a Portugal.
A perspetiva estável, por sua vez, baseia-se na expectativa de que a “incerteza política” e a “fragmentação parlamentar” não irão alterar significativamente a trajetória de crescimento económico robusto, em torno de 2%, nem a contínua redução do endividamento público. Analistas de mercado encontravam-se divididos antes do anúncio, com alguns a apontar para uma possível subida, impulsionada pelos excedentes orçamentais e pela resiliência do mercado de trabalho, enquanto outros previam a manutenção da nota devido ao contexto de fraco crescimento na zona euro e às incertezas internacionais.
Em resumoA Moody's optou pela prudência ao manter o 'rating' de Portugal em A3, reconhecendo os progressos económicos e institucionais, mas mantendo o foco nos riscos associados ao elevado peso da dívida. A decisão sublinha uma visão mais cautelosa sobre o perfil de crédito soberano português em comparação com outras grandes agências de notação.