A sustentabilidade das contas públicas e a credibilidade financeira do país estão no centro do debate. O executivo, através do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e do secretário de Estado do Orçamento, José Maria Brandão de Brito, tem sublinhado repetidamente que a margem orçamental para acomodar novas medidas é "muito exígua", com base num excedente previsto de apenas 230 milhões de euros.

O Governo apela à responsabilidade dos partidos para "não desvirtuarem" a proposta, alertando que o regresso aos défices poderia comprometer a credibilidade financeira que Portugal tem vindo a recuperar.

Em contrapartida, os principais partidos da oposição apresentaram centenas de propostas de alteração, com destaque para o aumento das pensões. O Chega propôs uma subida adicional de 1,5%, enquanto o PS sugeriu a conversão de um eventual suplemento extraordinário num aumento permanente. O debate foi marcado pela possibilidade de uma "coligação negativa" entre PS e Chega para aprovar medidas contra a vontade do Governo.

No entanto, nas votações iniciais, o desacordo entre os dois partidos levou à rejeição das suas propostas para um aumento permanente das pensões, tendo sido aprovado apenas um bónus extraordinário proposto pela coligação governamental (PSD e CDS-PP), evidenciando as dificuldades de um entendimento alargado da oposição.