Esta divergência de perspetivas reflete diferentes avaliações sobre o impacto das medidas de despesa e a trajetória da receita do Estado. Enquanto o Governo português, na sua proposta de Orçamento do Estado, prevê um excedente de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% em 2026, a Comissão Europeia antecipa um saldo nulo (0,0%) em 2025, seguido de um défice de 0,3% em 2026, que se agravará para 0,5% em 2027.
Bruxelas atribui esta deterioração ao impacto de "novas medidas permanentes", como a redução do IRS e os aumentos salariais.
A visão da Comissão alinha-se com as projeções de outras instituições como o Banco de Portugal e o Conselho das Finanças Públicas, que também apontam para um défice no próximo ano. Apesar da previsão de défice, o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, descreveu a situação orçamental de Portugal como "bastante estável".
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, por sua vez, mostrou-se "bastante confiante" em alcançar um excedente de pelo menos 0,3% em 2025, argumentando que a situação orçamental subjacente é robusta quando se retiram efeitos temporários.














