No entanto, dados recentes do Banco de Portugal indicam desafios no curto prazo.

Em setembro de 2025, o endividamento do setor não financeiro aumentou 9,4 mil milhões de euros, a maior subida mensal desde a pandemia, com o setor público a contribuir com um acréscimo de 6,7 mil milhões. A dívida direta do Estado também subiu em outubro, atingindo 307,3 mil milhões de euros.

A complexidade do desafio é amplificada por fatores estruturais de longo prazo. Um estudo citado pela imprensa alerta para a “dívida oculta” decorrente dos direitos de pensões futuros, que, se contabilizada, elevaria a dívida real de Portugal para mais de 500% do PIB. A agência de notação S&P já advertiu que, sem reformas adicionais, o envelhecimento da população poderá fazer a dívida pública subir para 161,5% do PIB até 2050, devido aos custos crescentes com pensões e saúde.

Esta perspetiva reforça a urgência das políticas de consolidação orçamental para garantir a sustentabilidade das finanças públicas a longo prazo.