A comissária europeia dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, descreveu a proposta como um “verdadeiro ponto de viragem”, afirmando que “as pensões não são apenas uma questão social — são também um poderoso instrumento económico”.
O objetivo é complementar, e não substituir, as pensões públicas, mobilizando poupanças de longo prazo para financiar a economia.
A iniciativa europeia surge num momento crítico para Portugal, onde os desafios estruturais são particularmente acentuados.
As pensões de velhice e sobrevivência já representam 14,2% do PIB, um dos valores mais elevados da UE.
Projeções indicam que, até 2050, a proporção de pessoas em idade ativa por cada reformado cairá de 2,6 para 1,6.
Este declínio demográfico, aliado ao envelhecimento da população, ameaça a viabilidade do sistema atual.
Um estudo recente sobre a “dívida oculta” da zona euro destaca que os direitos de pensões prometidos representam um passivo financeiro substancial para o Estado português. A aposta em fundos de pensões e outros mecanismos complementares, como defendido pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), é vista como “extremamente importante” para reforçar a reforma dos trabalhadores e aliviar a pressão sobre as contas públicas.














