Esta elevada dependência do sistema público contrasta com a reduzida expressão dos regimes privados, levantando questões sobre a sustentabilidade do sistema a longo prazo.

Segundo o estudo "Pensions at a Glance 2025", a despesa do Estado português com pensões atinge 13% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor consideravelmente acima da média da OCDE de 8,1%. Este valor coloca Portugal ao nível de países como Áustria, França e Finlândia, e apenas atrás da Grécia e Itália, onde o peso supera os 16% do PIB.

Em Portugal, as pensões absorvem 27,3% da despesa pública total.

O relatório destaca que este peso aumentou significativamente desde o ano 2000, quando representava apenas 7,8% do PIB, um acréscimo de mais de cinco pontos percentuais. Em contraste, o sistema de pensões privadas tem uma expressão residual, equivalendo a apenas 0,3% do PIB, um dos valores mais baixos da OCDE. A despesa total com ambos os regimes (público e privado) em Portugal é de 13,3% do PIB. Esta realidade está em linha com as preocupações da Comissão Europeia, que alertou para a necessidade de os futuros pensionistas reforçarem os seus rendimentos através de pensões complementares, como seguros de reforma e PPR.

Bruxelas destaca que Portugal é um dos países com menor adesão a estes planos, o que, combinado com o envelhecimento da população e carreiras contributivas instáveis, agrava as dúvidas sobre a sustentabilidade futura das reformas.

A Comissão sugere a implementação de modelos de inscrição automática em planos complementares para mitigar este risco.