A subida das taxas Euribor, especialmente a seis meses, está a provocar o primeiro aumento nas prestações do crédito à habitação desde janeiro de 2023, gerando preocupação entre as famílias portuguesas. Este cenário ocorre num contexto de crescimento contínuo do endividamento para a compra de casa, que já atinge 22 meses consecutivos de subida. Em novembro, a taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal, registou uma média de 2,134%, resultando num agravamento, ainda que ligeiro, de 1,5 euros na prestação de um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos. Para os contratos indexados à Euribor a três meses, o aumento foi de 1 euro. Apenas os contratos a 12 meses ainda sentiram um alívio, com uma poupança de 23 euros, mas a tendência aponta para um agravamento generalizado no primeiro trimestre de 2026.
Este aumento da pressão sobre os orçamentos familiares acontece numa altura em que o crédito à habitação concedido pelos bancos continua a acelerar, tendo crescido 9,4% em outubro, elevando o stock total para 109,1 mil milhões de euros.
Perante este cenário, Nuno Rico, especialista da DECO PROteste, considera que esta é a “altura ideal para rever as condições do contrato, verificar se as condições são as mais competitivas atualmente”. Aconselha ainda as famílias a usarem o subsídio de Natal para fazer uma “amortização para antecipar estas possíveis subidas e assim minimizar o impacto desta evolução que estamos a assistir”. Em paralelo, o Governo tem procurado apoiar o acesso à habitação, nomeadamente através da garantia pública para jovens, que já representou 25,9% do total de crédito concedido até outubro, num montante de 4 mil milhões de euros.
Em resumoA subida das taxas Euribor está a aumentar o custo das prestações do crédito à habitação, levando especialistas a aconselhar a renegociação de contratos e a amortização antecipada da dívida. Este fenómeno ocorre num período de forte crescimento do endividamento das famílias para a compra de casa.