Um relatório recente da organização sublinha esta realidade, enquanto dados orçamentais nacionais confirmam o impacto crescente destes encargos nas contas públicas.

De acordo com o relatório “Pensions at a glance 2025” da OCDE, os gastos do Estado português com pensões atingem 13% do PIB, um valor significativamente superior à média de 8,1% da organização e que coloca o país ao nível de nações como a Grécia e Itália, que lideram esta tabela.

Em termos da despesa pública total, as pensões absorvem 27,3% em Portugal.

Este peso aumentou de forma acentuada desde o ano 2000, quando se situava nos 7,8% do PIB, refletindo o envelhecimento demográfico e as regras do sistema de segurança social.

A pressão destes encargos é visível na execução orçamental até outubro, onde as transferências para pensões são identificadas como um dos principais fatores de crescimento da despesa pública. Curiosamente, e apesar da tendência histórica e da pressão demográfica, a OCDE projeta que Portugal será um dos países com a maior redução do peso das despesas com pensões no PIB até 2060, estimando uma quebra de 2,8 pontos percentuais. O relatório salienta ainda a reduzida expressão dos regimes de pensões privadas em Portugal, que representam apenas 0,3% do PIB, um dos valores mais baixos da OCDE, o que reforça a elevada dependência do sistema público de pensões.