Esta foi a primeira descida mensal após dez meses consecutivos de subidas, colocando o valor no nível mais baixo desde abril do mesmo ano. A principal razão para esta diminuição foi a amortização de uma obrigação do Tesouro emitida em 2015, que levou a uma redução de 11,5 mil milhões de euros nos títulos de dívida de longo prazo. Em contrapartida, as responsabilidades em depósitos aumentaram 0,3 mil milhões de euros, refletindo o contínuo investimento dos particulares em certificados de aforro.

Apesar desta evolução positiva na dívida bruta, a análise da dívida líquida, que deduz os ativos em depósitos das administrações públicas, revela um cenário diferente.

Como os depósitos do Estado diminuíram 14 mil milhões de euros no mesmo mês, a dívida pública líquida aumentou 2,8 mil milhões, para 258 mil milhões de euros. Este movimento evidencia a complexidade da gestão da tesouraria do Estado, onde as variações de curto prazo nos depósitos podem influenciar a trajetória da dívida líquida. No entanto, a tendência de fundo permanece positiva, com um relatório da OCDE a notar que a dívida pública portuguesa está a diminuir a um ritmo mais acelerado do que o previsto pelo próprio Governo, o que reforça a perceção de uma melhoria na sustentabilidade das finanças públicas a médio e longo prazo.