Esta medida, que representa o terceiro corte consecutivo, reflete a crescente preocupação do banco central com os sinais de deterioração da economia e a entrada num "paradigma de estagnação", apesar de evidenciar uma notável divisão de opiniões no seio do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC). A decisão, embora amplamente esperada pelo mercado, não foi unânime, contando com nove votos a favor e três contra, um nível de dissidência que não era visto desde 2019.

Dois dos governadores dissidentes defendiam a manutenção das taxas, enquanto um preferia um corte mais agressivo de 50 pontos-base.

O presidente da Fed, Jerome Powell, reconheceu a existência de uma "situação desafiante", afirmando que o consenso é que "há riscos do lado do desemprego e da inflação".

No entanto, considerou que o banco central está "numa boa posição para ver o que acontece" até à próxima reunião.

Powell sublinhou que, após os cortes acumulados de 175 pontos-base, as taxas estão agora dentro das estimativas para a taxa neutra.

As projeções macroeconómicas foram atualizadas, com uma revisão em alta para o crescimento do PIB em 2025 (1,7%) e 2026 (2,3%), e uma revisão em baixa para a inflação (2,9% em 2025 e 2,6% em 2026). O chamado 'dot-plot', que reflete as expectativas dos governadores para a trajetória futura dos juros, mostrou uma maior dispersão, indicando visões contrastantes sobre a necessidade de futuros cortes, com a maioria a apontar para um ou dois cortes em 2026.