O Banco Central Europeu (BCE) encontra-se num momento de reavaliação estratégica, propondo uma simplificação das complexas regras bancárias pós-crise financeira, ao mesmo tempo que os mercados financeiros começam a apostar numa trajetória de juros divergente da dos Estados Unidos. Por um lado, o Conselho de Governadores do BCE aprovou recomendações para simplificar o quadro regulatório, de supervisão e de reporte. A proposta visa reduzir a complexidade das regras implementadas após a crise de 2008, que o setor bancário considera sufocantes, embora sem aliviar os rácios de capital.
O objetivo é tornar a regulamentação menos pesada, especialmente para os bancos de menor dimensão, e harmonizar a sua aplicação na União Europeia.
Por outro lado, a política monetária do BCE parece estar a afastar-se da seguida pela Fed.
Enquanto os EUA cortam juros, os investidores intensificaram as apostas de que o BCE poderá subir as taxas em 2026. As projeções dos mercados de swaps passaram de prever um corte para agora estimarem um ligeiro aumento. Esta mudança de perspetiva é alimentada por sinais de melhoria económica na Zona Euro e declarações de membros do conselho do BCE, como Isabel Schnabel, que se mostrou “bastante confortável” com as apostas do mercado numa subida. Esta divergência de políticas monetárias poderá exercer mais pressão sobre o dólar, que já se encontra enfraquecido.
Em resumoO BCE avança em duas frentes: propõe uma reforma para simplificar a regulamentação bancária sem reduzir a sua robustez e enfrenta uma crescente expectativa do mercado de que poderá endurecer a sua política monetária, em contraste com o ciclo de cortes nos EUA.