A decisão, que foi unânime entre os membros do conselho, reflete um equilíbrio delicado entre um crescimento económico resiliente e uma inflação que se aproxima da meta de 2%, mas com riscos persistentes. A presidente do BCE, Christine Lagarde, sublinhou que, apesar da decisão unânime de manter os juros, “todas as opções devem estar em cima da mesa” para o futuro, indicando que tanto um corte como uma subida são possibilidades.
Lagarde enfatizou o “alto nível de incerteza”, apontando para tensões geopolíticas e comerciais como riscos.
Por outro lado, o aumento da despesa pública em defesa e infraestruturas “pode impulsionar o crescimento em maior nível do que o esperado”, embora também possa “acelerar a inflação”. O BCE reviu em alta as projeções de crescimento para a zona euro para 1,4% em 2025 e 1,2% em 2026, impulsionado pela procura interna e pelo investimento, nomeadamente em Inteligência Artificial. A inflação global deverá situar-se em 1,9% em 2026 e 1,8% em 2027, antes de estabilizar nos 2% em 2028.
Analistas, como Roelof Salomons da BlackRock, consideram a decisão de manter as taxas estáveis como “a correta”, descrevendo que “o BCE está a caminhar na corda bamba”. A manutenção prolongada das taxas é vista como o cenário base, com o mercado a acreditar que o próximo movimento poderá ser uma subida.













