Na sua análise mais recente, o BdP prevê que o saldo orçamental atinja o equilíbrio em 2025, uma melhoria face à projeção de um défice de 0,1% divulgada em junho. Para 2026, a revisão é ainda mais significativa, com a previsão de défice a descer de 1,3% para 0,4% do PIB. O banco central atribui esta melhoria a um conjunto de fatores, incluindo "novas medidas de política, a alteração das hipóteses relativas aos empréstimos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e o impacto da revisão do cenário macroeconómico na receita fiscal".

No entanto, a instituição liderada por Álvaro Santos Pereira antecipa que os défices se mantenham nos anos seguintes, projetando 0,9% em 2027 e 1% em 2028.

Estas projeções são mais conservadoras do que as do Governo, que no Orçamento do Estado para 2026 apontava para um excedente de 0,1%. A trajetória da dívida pública também beneficia desta revisão, com o BdP a estimar uma descida do rácio de 93,6% do PIB em 2024 para 79,5% em 2028, um sinal claro de consolidação orçamental. Apesar do otimismo, um dos artigos ressalva que Portugal poderá violar as regras orçamentais europeias já em 2025, embora o governador confie na disciplina orçamental do Executivo.