O Governo português iniciou formalmente o processo para alienar até 49,9% do capital da companhia aérea, com 5% reservados aos trabalhadores.
Apesar de um segundo trimestre marcado por tensões geopolíticas e pela instabilidade gerada pelas tarifas comerciais norte-americanas, os três potenciais compradores apresentaram resultados financeiros robustos, impulsionados pela forte procura nas rotas transatlânticas, o que lhes confere uma base sólida para considerar a aquisição.
No entanto, as declarações dos seus líderes refletem prudência.
O grupo IAG (British Airways e Iberia) afirmou que a TAP poderá ter sucesso integrado no seu modelo, “se os termos forem adequados”.
A Air France-KLM, que está a finalizar a compra da SAS, indicou que não avançará se identificar “muito risco”.
Por sua vez, a Lufthansa, focada na integração da ITA Airways, descreveu a TAP como uma “opção interessante”, mas sem demonstrar pressa.
Os potenciais interessados estão a analisar cuidadosamente as condições do caderno de encargos, o valor estratégico do hub de Lisboa como porta de entrada para o Brasil e África, e os potenciais obstáculos regulatórios decorrentes de uma maior concentração no mercado aéreo europeu.
O sucesso da privatização dependerá, assim, de um equilíbrio entre um preço atrativo e garantias estratégicas que mitiguem os riscos percebidos pelos investidores.