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Economia August 7, 2025

OPA sobre a Martifer agita mercado com acordo tripartido e preço controverso

A Visabeira Indústria lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória sobre a Martifer, na sequência de um acordo parassocial com a Mota-Engil e os fundadores da empresa, que visa retirar a construtora de bolsa. A operação tem gerado controvérsia devido à contrapartida oferecida, que se situa abaixo da cotação de mercado. A inclusão da Mota-Engil num acordo pré-existente entre a Visabeira e a I’M, holding dos irmãos Martins, forçou o lançamento da OPA, uma vez que o novo núcleo acionista passou a deter, por imputação, 87,4% dos direitos de voto, ultrapassando o limiar legal de 50%. A contrapartida de 2,057 euros por ação foi mal recebida pelos investidores, resultando numa queda acentuada de 15,33% das ações para 2,32 euros após o levantamento da suspensão pela CMVM.

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Analistas consideram o preço baixo, notando que não oferece qualquer prémio e subestima o valor intrínseco da empresa.

João Queiroz, do Banco Carregosa, refere que “o preço oferecido cumpre a lei, mas poderia ficar aquém dos múltiplos com que negoceia o setor”.

Esta situação coloca os acionistas minoritários perante um dilema: vender a um preço desfavorável ou arriscar ficar “presos a uma sociedade com o controlo ‘esmagador’ dos acionistas” caso a empresa seja retirada de bolsa, como é a intenção declarada. O acordo prevê uma nova estrutura de poder, com a Visabeira e a Mota-Engil a deterem 37,5% cada uma, e os irmãos Martins a reduzirem a sua participação para 25%, com um plano para a sua saída total em dois anos. A operação surge num momento de recuperação financeira da Martifer, que apresentou um lucro de 23 milhões de euros em 2024 e uma dívida líquida negativa, tornando-a um alvo atrativo.

ai briefingEm resumo
A OPA sobre a Martifer, impulsionada por um novo acordo de acionistas, marca uma reconfiguração estratégica com a saída dos fundadores e a intenção de fechar o capital da empresa. A contrapartida baixa e o controlo acionista consolidado colocam os minoritários numa posição delicada, apesar da saúde financeira recuperada da empresa.

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