A operação visa reestruturar o controlo acionista da empresa de construções metálicas e poderá resultar na sua saída da bolsa. A OPA foi despoletada pela celebração de um acordo que confere ao consórcio — Visabeira, Mota-Engil e a holding I'M dos irmãos Martins — um controlo combinado de 87,4% dos direitos de voto na Martifer, ultrapassando o limiar legal de 50% que obriga ao lançamento de uma oferta. A contrapartida oferecida é de 2,057 euros por ação, um valor calculado com base na média ponderada dos últimos seis meses, que incluiu uma subida acentuada das cotações na véspera do anúncio. Este preço foi recebido com críticas por parte de acionistas minoritários e analistas, por não incluir um prémio e situar-se abaixo da cotação de fecho anterior, colocando os investidores perante um dilema. A nova estrutura acionista prevê que a Visabeira e a Mota-Engil passem a deter 37,5% cada, enquanto os irmãos Martins reduzem a sua participação para 25%, com um plano de saída gradual ao longo de dois anos. Os novos acionistas de controlo manifestaram a intenção de retirar a empresa de bolsa, o que diminuiria a liquidez e a transparência para os minoritários que optem por não vender. A operação surge num momento em que a Martifer apresenta resultados financeiros sólidos, com lucros crescentes e dívida reduzida, tornando-se um ativo atrativo para os novos parceiros industriais.
