A operação, que reconfigura a estrutura acionista da empresa de Oliveira de Frades, provocou forte volatilidade nas ações e levou à suspensão da negociação pela CMVM.
A OPA obrigatória foi desencadeada pela celebração de um acordo parassocial entre a Visabeira, a Mota-Engil (que já detinha 37,5%) e a I'M (dos fundadores Carlos e Jorge Martins). Este acordo resultou na imputação de mais de 50% dos direitos de voto às partes, ultrapassando o limiar legal que obriga ao lançamento de uma oferta. A contrapartida oferecida é de 2,057 euros por ação, um valor que, segundo o anúncio preliminar, corresponde ao preço médio ponderado dos últimos seis meses, mas que ficou 11% abaixo da cotação de fecho antes do anúncio, gerando descontentamento entre os acionistas minoritários.
A operação prevê que, após a sua conclusão, a Visabeira e a Mota-Engil passem a deter, cada uma, 37,5% do capital, enquanto os irmãos Martins reduzirão a sua participação para 25%, marcando o início da sua saída da empresa que fundaram.
O acordo estabelece ainda que os fundadores abandonarão a empresa num prazo de dois anos.
A intenção declarada dos oferentes é retirar a Martifer da bolsa, o que coloca os acionistas minoritários perante um dilema: vender a um preço considerado baixo ou arriscar ficar com títulos sem liquidez numa empresa com um controlo acionista "esmagador".
A CMVM, que anteriormente tinha afastado a necessidade de uma OPA com base num acordo bilateral entre a Visabeira e a I'M, viu-se obrigada a reavaliar a situação após a inclusão da Mota-Engil no novo acordo tripartido.














