A operação, que aguarda resposta dos acionistas em setembro, enfrenta um cenário complexo devido às condições impostas pelo executivo espanhol e a um procedimento de infração aberto por Bruxelas.
A decisão do BBVA de prosseguir com a OPA sobre o Sabadell intensifica uma das mais relevantes batalhas no setor bancário espanhol. A operação surge uma semana após os acionistas do Sabadell terem aprovado a venda da sua filial britânica, TSB, ao Santander, um movimento que não demoveu o BBVA de levar a sua oferta até ao fim.
O principal obstáculo reside na intervenção do governo espanhol, que, em junho, invocou princípios de "interesse geral" para impor condições à fusão.
O executivo de Carlos Cuerpo autorizou a OPA, mas exigiu que os dois bancos mantivessem personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separadas durante três anos.
Esta condição gerou uma reação da Comissão Europeia, que abriu um procedimento de infração contra Espanha, instando o país a "cumprir a regulamentação bancária" da União Europeia e a "respeitar as liberdades fundamentais do mercado único".
A Comissão considera que a legislação espanhola que permitiu ao governo condicionar a fusão pode violar as normas comunitárias.
Apesar da autorização da autoridade da concorrência espanhola em abril, o BBVA enfrenta agora um triplo desafio: convencer os acionistas do Sabadell, lidar com as restrições governamentais e aguardar o desfecho do processo em Bruxelas. O banco liderado por Carlos Torres espera agora que o prospeto da OPA seja aprovado pelo regulador espanhol (CNMV) em setembro, momento em que os acionistas serão chamados a decidir sobre o futuro do Sabadell.














