A Explorer Investments prepara-se para adquirir uma carteira de hotéis de luxo e outros ativos turísticos aos bancos por cerca de 660 milhões de euros, num dos maiores negócios imobiliários do ano em Portugal. A transação envolve o fundo de promoção turística Discovery, gerido pela própria Explorer, e será financiada em grande parte pelos próprios bancos vendedores. A operação de compra do fundo Discovery pela Explorer Investments, sociedade liderada por Elizabeth Roth e Rodrigo Guimarães, está a ser estruturada num modelo de *vendor finance*. Os bancos participantes, entre os quais se destacam o Novobanco, BCP e Caixa Geral de Depósitos, deverão conceder um empréstimo de 500 milhões de euros à Explorer, que, por sua vez, adiantará 160 milhões em *equity*.
O fundo Discovery, criado em 2012 para gerir ativos imobiliários que ficaram na posse da banca, detém um portfólio valioso que inclui a cadeia hoteleira Octant, o Six Senses Douro Valley, o Eden Resort e o Dolce CampoReal.
No final de 2024, o valor patrimonial líquido do fundo rondava os 800 milhões de euros. O negócio será realizado com um desconto de 15% sobre o preço pago à cabeça, mas os bancos esperam compensar parte dessa redução através de juros e comissões associadas ao financiamento. Esta transação surge após tentativas de venda anteriores, como a de 2021, que não se concretizou. Com o crescimento do turismo em Portugal e a recente descida das taxas de juro, os ativos valorizaram-se significativamente, tornando a venda agora mais atrativa para os bancos, que procuram reduzir a sua exposição a estes ativos e libertar capital.
A conclusão do negócio está prevista para o final do ano.
Em resumoA Explorer Investments está a negociar a compra do fundo Discovery por 660 milhões de euros, numa operação financiada pelos bancos vendedores. O negócio, que envolve hotéis de luxo como a cadeia Octant e o Six Senses Douro Valley, representa uma reestruturação significativa no setor turístico e imobiliário português.