A operação enfrenta a oposição do conselho do Sabadell e do governo espanhol, e já motivou a abertura de um procedimento de infração por parte da Comissão Europeia contra Espanha. A decisão do BBVA de prosseguir com a OPA, esperando uma resposta dos acionistas em setembro, surge após a autoridade da concorrência espanhola ter aprovado a operação em abril.

No entanto, o governo de Madrid interveio, invocando princípios de "interesse geral", e impôs condições significativas: os dois bancos deverão manter personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separadas durante três anos.

Esta intervenção governamental foi mal recebida em Bruxelas, que abriu um procedimento de infração contra Espanha, instando o país a "cumprir a regulamentação bancária" da União Europeia e a "respeitar as liberdades fundamentais do mercado único".

A tensão regulatória adiciona uma camada de complexidade a um negócio já conturbado, que se tornou hostil após a rejeição inicial por parte do Sabadell. A situação intensificou-se com a recente aprovação, por parte dos acionistas do Sabadell, da venda da sua filial britânica, TSB, ao Santander por 3,05 mil milhões de euros, um movimento que pode alterar a estrutura de valor do banco catalão. O BBVA, por sua vez, considera recorrer à justiça contra a interferência do governo espanhol, num processo que se antevê longo e que testará os limites da intervenção estatal em fusões bancárias na Europa.