A Explorer Investments prepara-se para adquirir uma carteira de hotéis de luxo e outros ativos turísticos aos bancos por cerca de 660 milhões de euros, num dos maiores negócios imobiliários do ano em Portugal. A transação envolve o fundo de promoção turística Discovery, gerido pela própria Explorer, e conta com financiamento significativo dos bancos vendedores, incluindo Novobanco, BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD). A operação, estruturada com um empréstimo de 500 milhões de euros concedido pelos bancos (vendor finance) e um adiantamento de 160 milhões em capital próprio pela Explorer, visa transferir a propriedade do fundo Discovery, cujos ativos incluem a cadeia hoteleira Octant, o Six Senses Douro Valley e o Eden Resort. O fundo, criado em 2012 para gerir ativos imobiliários que ficaram na posse da banca, tem um valor patrimonial líquido a rondar os 800 milhões de euros, o que significa que o negócio será feito com um desconto de cerca de 15%.
Os bancos esperam mitigar parte desta perda através de juros e comissões associadas ao financiamento.
A transação, que deverá estar concluída até ao final do ano, representa um passo importante para os bancos alienantes, que procuram há anos reduzir a sua exposição a estes ativos para libertar capital.
Uma tentativa de venda anterior, em 2021, não teve sucesso. O crescimento do turismo em Portugal e a recente descida das taxas de juro valorizaram significativamente os ativos, tornando a venda agora mais atrativa.
Em resumoA aquisição do fundo Discovery pela Explorer Investments, financiada em grande parte pelos próprios bancos vendedores, é uma operação de grande envergadura que reflete a valorização do setor turístico em Portugal. O negócio permite à banca reduzir a sua exposição a ativos não estratégicos, enquanto a Explorer consolida a sua posição no imobiliário de luxo.