A intenção do governo norte-americano de adquirir uma participação acionista na Intel, avaliada em cerca de 10,4 mil milhões de dólares, representa uma intervenção estatal significativa na indústria tecnológica. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o governo Trump está em discussões para a aquisição, e o próprio presidente Donald Trump afirmou que a Intel já concordou com a entrada do Estado no seu capital social.

Esta medida insere-se na CHIPS and Science Act, uma lei aprovada para subsidiar a produção de semicondutores em solo americano. Trump, que se mostrou contra a lei por considerar que "representa dar dinheiro às empresas sem ter retorno", vê a aquisição de capital como uma forma de o governo reaver o investimento. A Casa Branca confirmou que, apesar da participação, não haverá "golden shares" ou direitos de voto, assegurando que não interferirá na gestão da empresa.

O interesse do governo não se limita à Intel, ponderando também participações noutras tecnológicas como a TSMC, Samsung e Micron que recebam subsídios federais.

A notícia provocou reações imediatas nos mercados, com as ações da Intel a dispararem, enquanto outras tecnológicas como a Nvidia e a Palantir registaram quedas.

Esta movimentação surge pouco depois de o grupo japonês SoftBank ter anunciado um investimento de dois mil milhões de dólares na Intel.