A operação visa consolidar o controlo e reestruturar a base acionista do grupo de construção metálica e naval.
Anunciada a 6 de agosto, a OPA da Visabeira sobre a Martifer representa um movimento significativo no setor industrial português. A oferta foi desencadeada após a celebração de um acordo para regular as relações entre os acionistas I’M – SGPS (dos irmãos Martins, fundadores da Martifer) e a Mota-Engil, que em conjunto detêm uma posição de controlo. A operação foi precedida pela venda de uma participação de 5% do capital social da Martifer, detida pela Black and Blue Investimentos do empresário Carlos Martins, à própria Visabeira, consolidando o terreno para a oferta. A notícia da OPA surge num contexto financeiro desafiador para a Martifer, que reportou uma quebra de 33% nos lucros do primeiro semestre, para 7,8 milhões de euros, apesar de um crescimento de 11% nos rendimentos operacionais para 141 milhões de euros. A empresa mantém, no entanto, um "ambicioso plano de investimento", com destaque para a construção de uma nova doca seca em Viana do Castelo e projetos de energias renováveis na Polónia e Roménia. A carteira de encomendas na construção metálica e naval ascendia a 665 milhões de euros no final do semestre, indicando uma atividade robusta apesar da queda nos resultados líquidos.
A OPA da Visabeira é, assim, vista como um passo para estabilizar a estrutura acionista e alinhar a estratégia de longo prazo do grupo.














