A Visabeira Indústria lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória sobre a totalidade das ações da Martifer, na sequência de um acordo parassocial tripartido com a Mota-Engil e a I’M SGPS, dos irmãos Martins. A operação visa consolidar o controlo sobre a empresa de construção metálica e naval e poderá resultar na sua saída de bolsa. O acordo parassocial, celebrado a 5 de agosto, estabeleceu um controlo conjunto sobre 85,59% do capital social da Martifer, ultrapassando o limiar de 50% dos direitos de voto que obriga ao lançamento de uma OPA, conforme o artigo 187.º do Código dos Valores Mobiliários.
Após a consumação das operações previstas, a estrutura acionista de controlo será distribuída entre a Mota-Engil (37,5%), a I'M SGPS (25,1%) e a Visabeira (23%).
A contrapartida oferecida na OPA é de 2,057 euros por ação, valor que, segundo a Visabeira, é “igual ou ligeiramente superior ao preço médio ponderado das ações” nos seis meses anteriores ao anúncio.
A oferta incide sobre o capital disperso em bolsa, que representa cerca de 12,6%, podendo valer até 29 milhões de euros para os pequenos acionistas.
Recentemente, a Visabeira submeteu à CMVM múltiplas retificações aos documentos iniciais devido a erros de cálculo na participação acionista que desencadeou a OPA.
A empresa admitiu um “lapso no somatório” da participação qualificada. A operação está pendente da aprovação da Autoridade da Concorrência. Caso a oferente atinja 90% do capital, exercerá o direito de aquisição potestativa, o que resultará na exclusão definitiva da Martifer da bolsa.
Em resumoA OPA da Visabeira sobre a Martifer, desencadeada por um acordo estratégico com a Mota-Engil e a I'M SGPS, representa um movimento de consolidação significativo no setor industrial português. A operação, pendente de aprovação regulatória, visa reforçar o controlo acionista e poderá culminar na retirada da Martifer do mercado de capitais.