A administração norte-americana confirmou um investimento estratégico de 8,9 mil milhões de dólares para adquirir uma participação de 10% na Intel, tornando o governo dos EUA no terceiro maior acionista da gigante de semicondutores. Esta intervenção, a maior numa empresa privada desde a crise financeira de 2008, visa reforçar a liderança americana na produção de tecnologia de semicondutores e garantir a segurança nacional. A operação representa uma mudança de paradigma na política industrial dos EUA e é financiada através da conversão de subsídios concedidos ao abrigo do "Chips Act", uma lei aprovada para impulsionar a produção doméstica de semicondutores.
O acordo surge num momento em que a Intel, que já foi uma das empresas mais valiosas do mundo, enfrenta dificuldades e uma concorrência crescente, nomeadamente da Nvidia. O presidente Donald Trump, que anunciou o acordo na rede social Truth Social, considerou uma "grande honra" para os Estados Unidos "deter e controlar" 10% de uma "grande empresa" americana, afirmando que a parceria governamental assegurará um "futuro ainda mais incrível" para a companhia.
A notícia foi bem recebida pelo mercado, com as ações da Intel a registarem uma valorização imediata.
A aquisição de 433,4 milhões de ações foi efetuada com um desconto significativo face ao preço de fecho, refletindo a natureza estratégica do negócio. Esta tomada de participação é vista como uma medida para proteger um setor crucial para a economia e a segurança do país, evitando a venda de unidades de produção e garantindo que a tecnologia de ponta permaneça sob controlo americano.
Em resumoA aquisição de 10% da Intel pelo governo dos EUA representa uma intervenção estatal sem precedentes na era moderna, destinada a revitalizar a indústria de semicondutores do país, garantir a segurança nacional e posicionar a empresa para um futuro mais competitivo num setor tecnológico global cada vez mais disputado.