A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Visabeira Indústria sobre a Martifer marcou a atualidade financeira, com o conselho de administração da empresa visada a considerar a proposta adequada face ao atual contexto geopolítico e macroeconómico. Esta operação, decorrente de um acordo parassocial tripartido, poderá reconfigurar a estrutura acionista de um grupo de referência nos setores da construção metálica e energias renováveis. A administração da Martifer, num relatório enviado à CMVM, declarou que "a oferta e as suas condições são adequadas", recomendando que cada acionista pondere a aceitação da proposta de 2,057 euros por ação.
Este valor, segundo a Visabeira, é "igual ou ligeiramente superior ao preço médio ponderado das ações apurado em mercado regulamentado nos seis meses imediatamente anteriores".
A operação é consequência de um acordo de acionistas entre a Visabeira, a I’M — SGPS (dos irmãos Martins) e a Mota-Engil, que resultou numa imputação de controlo superior a 50% dos direitos de voto, tornando a OPA obrigatória. No entanto, a Maxyield, associação de pequenos acionistas, considera o preço baixo, argumentando que a "reduzida liquidez da ação" torna a contrapartida "não equitativa" e que os fundamentais da empresa justificariam um valor superior, sendo "expectável o aumento da contrapartida". A Visabeira viu-se obrigada a publicar retificações ao anúncio preliminar devido a erros no cálculo da participação que despoletou a oferta. Se a OPA atingir 90% do capital, a oferente tenciona exercer o direito de aquisição potestativa, o que resultará na exclusão da Martifer da bolsa.
Em resumoA OPA da Visabeira sobre a Martifer recebeu parecer favorável do conselho de administração desta última, que a considerou adequada. No entanto, a associação de pequenos acionistas Maxyield contesta o preço, defendendo que é baixo. A operação, que surge de um acordo com a Mota-Engil e a I'M SGPS, poderá levar à retirada da Martifer do mercado de capitais.