A Visabeira Indústria SGPS lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) geral e obrigatória sobre a totalidade do capital da Martifer, uma operação que recebeu parecer favorável do conselho de administração da empresa visada, mas que gerou contestação por parte da associação de pequenos acionistas. A OPA surge como consequência de um acordo de acionistas entre a Visabeira, a I’M – SGPS (dos irmãos Martins) e a Mota-Engil, que resultou numa imputação de controlo sobre 85,59% do capital social da Martifer. Num relatório enviado à CMVM, o conselho de administração da Martifer considerou que a oferta, com uma contrapartida de 2,057 euros por ação, e as suas condições são “adequadas”, atendendo à “incerteza geopolítica e macroeconómica atual”. A administração recomendou que cada acionista tomasse uma decisão individual, mas sublinhou que o valor é “suscetível de ser aceite”.
Em sentido contrário, a Maxyield, associação de defesa dos investidores, manifestou-se “claramente contra o baixo preço da oferta”, considerando-o uma “contrapartida não equitativa”. A associação argumenta que, devido à reduzida liquidez da ação, o preço não reflete os fundamentais da empresa, que demonstram uma “valia empresarial superior”. A Maxyield considera “expectável o aumento da contrapartida” e sugere que a CMVM poderá recorrer a um auditor independente para fixar o valor.
A OPA não prevê alterações significativas na estrutura de recursos humanos ou nas condições laborais da Martifer, que gere os estaleiros da West Sea em Viana do Castelo.
Em resumoA OPA da Visabeira sobre a Martifer avança com o apoio da administração, que a considera adequada ao atual contexto de incerteza. Contudo, a associação de pequenos acionistas Maxyield contesta o valor da contrapartida, defendendo que não reflete o valor real da empresa e apelando a uma revisão do preço, o que introduz um elemento de tensão no desfecho da operação.