A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Visabeira sobre a totalidade do capital social da Martifer foi considerada "adequada" pelo Conselho de Administração da empresa visada. A operação, de caráter obrigatório, surge na sequência de um acordo de acionistas entre a Visabeira, a I'M – SGPS (dos irmãos Martins) e a Mota-Engil, que resultou na imputação de mais de 87% dos direitos de voto.\n\nNum relatório enviado à CMVM, a administração da Martifer, liderada por Pedro Duarte, recomendou que os acionistas ponderem a aceitação da contrapartida de 2,057 euros por ação, considerando o comportamento histórico dos títulos e a "incerteza geopolítica e macroeconómica atual". O parecer destaca que o preço representa um prémio face às cotações médias ponderadas de 12 e 24 meses, mas um desconto de 6,5% em relação ao fecho do dia anterior ao anúncio.
A administração não prevê alterações significativas na estrutura de recursos humanos ou nas relações com stakeholders.
No entanto, a oferta não é consensual.
A Maxyield, associação de pequenos acionistas, criticou o preço, considerando-o baixo e uma "contrapartida não equitativa", dada a reduzida liquidez da ação e os fundamentais da empresa.
A associação defende que "é expectável o aumento da contrapartida" e sugere que a CMVM pode recorrer a um auditor independente para fixar um valor mínimo.
A OPA insere-se num contexto de reforço de parcerias, com a Mota-Engil a manifestar interesse em concorrer à concessão do estaleiro da Mitrena em conjunto com a Martifer.
Em resumoA administração da Martifer emitiu um parecer favorável à OPA da Visabeira, considerando o preço e as condições adequadas ao contexto atual. Contudo, a associação de pequenos acionistas Maxyield contesta a contrapartida, defendendo que é demasiado baixa e que deverá ser revista em alta, num processo que consolida a aliança estratégica entre Visabeira, Martifer e Mota-Engil.