A Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o Banco Sabadell recebeu autorização da Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha, um passo crucial num processo que se arrasta há mais de um ano. Esta aprovação permite ao BBVA avançar com a operação, que visa a aquisição de 100% do capital do Sabadell. A contrapartida oferecida pelo BBVA consiste numa oferta mista, propondo uma nova ação do BBVA por cada 5,5483 ações do Sabadell, acrescida de 0,70 euros em dinheiro por cada ação do Sabadell. A operação, avaliada em cerca de 12 mil milhões de euros, já tinha recebido "luz verde" da autoridade da concorrência espanhola (CNMC) e do Banco Central Europeu. Contudo, o processo enfrentou uma oposição significativa, não só por parte do conselho de administração do Sabadell, mas também do Governo espanhol e do governo regional da Catalunha.
Numa decisão inédita, o Governo de Espanha impôs condições à fusão, exigindo que os dois bancos mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas por um período mínimo de três anos para proteger o "interesse geral". Esta intervenção governamental levou a Comissão Europeia a abrir um procedimento de infração contra Espanha por incumprimento da regulamentação bancária da UE.
Apesar dos obstáculos, o BBVA decidiu avançar com a OPA, mesmo que consiga assegurar apenas 30% do capital do Sabadell.
Se a OPA for bem-sucedida, a fusão criará um gigante bancário europeu com perto de um bilião de euros em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha.
Em resumoA autorização da CNMV à OPA do BBVA sobre o Sabadell permite o avanço de uma das maiores operações de consolidação bancária na Europa, apesar da forte oposição política e das condições impostas pelo governo espanhol. O sucesso da oferta criaria um novo gigante financeiro, reconfigurando o panorama bancário ibérico.