O grupo Visabeira lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) geral e obrigatória sobre a totalidade do capital da Martifer, numa operação que consolida uma aliança estratégica com os acionistas de referência I’M SGPS (dos irmãos Martins) e Mota-Engil. O Conselho de Administração da Martifer considerou a contrapartida de 2,057 euros por ação como “adequada”, recomendando que os acionistas a considerem face ao contexto de incerteza geopolítica e macroeconómica. A OPA surge na sequência da celebração de um acordo parassocial tripartido entre a Visabeira, a I’M SGPS (que detém 48,09%) e a Mota-Engil (com 37,5%), resultando numa imputação conjunta de direitos de voto superior a 85%.
A Visabeira, que já detinha 5% da Martifer, pretende adquirir as ações não controladas pelo consórcio.
O preço oferecido representa um prémio de 13,2% face à cotação média ponderada dos últimos 24 meses, mas um desconto de 6,5% em relação ao preço de fecho no dia anterior ao anúncio.
A Maxyield, associação de pequenos acionistas, criticou o preço como “baixo” e “não equitativo”, dada a reduzida liquidez da ação e os fundamentais da empresa, defendendo que é “expectável o aumento da contrapartida”. O relatório do Conselho de Administração da Martifer, assessorado pela Forvis Mazars e pela PLMJ, refere que a oferta é “suscetível de ser aceite pelos acionistas” e não antevê alterações significativas na estrutura de recursos humanos ou nas relações com stakeholders.
A operação aguarda ainda a não oposição da Autoridade da Concorrência.
Em resumoA Visabeira avançou com uma OPA sobre a Martifer, consolidando uma aliança com a Mota-Engil e a família Martins que controla mais de 85% do capital. A administração da Martifer considerou o preço de 2,057 euros por ação como “adequado”, embora a associação de pequenos acionistas o considere baixo e espere uma revisão em alta.