O banco espanhol BBVA avançou com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre o seu rival Sabadell, após a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha ter autorizado a operação. O processo, que se iniciou a 9 de setembro, promete reconfigurar o panorama bancário espanhol, apesar da oposição do conselho de administração do Sabadell e das condições impostas pelo governo espanhol. A autorização da CNMV surgiu 16 meses após o anúncio inicial da oferta, que se dirige a 100% do capital do Banco Sabadell. A contrapartida oferecida mantém-se: uma nova ação do BBVA mais 0,70 euros em dinheiro por cada 5,5483 ações do Sabadell.
Os acionistas do banco catalão têm um prazo de 30 dias para decidir se aceitam a proposta. O BBVA comprometeu-se a avançar com a operação mesmo que consiga assegurar apenas 30% do capital, um limiar inferior aos 50% inicialmente estipulados. O presidente do Sabadell, Josep Oliu, criticou a oferta, afirmando que “é inclusivamente pior do que aquela que o conselho já rejeitou em 2024”, argumentando que subavalia o projeto do banco. O governo espanhol também impôs condições, exigindo que os dois bancos mantenham personalidades jurídicas separadas durante pelo menos três anos, uma medida que levou a Comissão Europeia a iniciar um procedimento de infração contra Espanha.
Se a OPA for bem-sucedida, a fusão criará o segundo maior banco de Espanha em ativos, ultrapassando o CaixaBank.
Em resumoO BBVA recebeu luz verde do regulador espanhol para a sua OPA hostil sobre o Sabadell, dando início a um período de 30 dias para os acionistas decidirem. Apesar da oposição do Sabadell, que considera a oferta desfavorável, e das condições impostas pelo governo espanhol, a operação poderá criar um novo gigante bancário na Europa se obtiver a adesão necessária.