A Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha autorizou a Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o Banco Sabadell, dando início ao período de aceitação de 30 dias para os acionistas. A operação, avaliada em cerca de 12 mil milhões de euros, poderá criar um dos maiores bancos da Europa, mas enfrenta forte oposição da administração do Sabadell e do governo espanhol. A proposta do BBVA consiste numa oferta mista de uma nova ação do BBVA mais 0,70 euros em dinheiro por cada 5,5483 ações do Sabadell, termos que o presidente do Sabadell, Josep Oliu, classificou como “pior do que aquela que o conselho já rejeitou em 2024”. A administração do banco catalão argumenta que a oferta subavalia o projeto e o potencial de crescimento do Sabadell.
O processo tem sido marcado por vários desafios regulatórios.
Embora o Banco Central Europeu e a autoridade da concorrência espanhola já tivessem aprovado a oferta, o governo espanhol impôs condições inéditas, exigindo que os dois bancos mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas por um período mínimo de três anos para proteger o “interesse geral”.
O BBVA decidiu avançar com a OPA apesar destas condições e está a desenvolver uma intensa campanha para convencer os cerca de 200 mil acionistas do Sabadell a aceitarem a oferta.
O sucesso da operação depende agora da adesão dos acionistas, num contexto de forte oposição institucional e empresarial.
Em resumoCom a aprovação final do regulador, a OPA do BBVA sobre o Sabadell entra na sua fase decisiva. A batalha pela aceitação dos acionistas determinará o futuro da consolidação bancária em Espanha, com implicações significativas para o panorama financeiro europeu.