O Conselho de Administração do Banco Sabadell rejeitou por unanimidade a Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil lançada pelo BBVA, recomendando aos seus acionistas que não aceitem a proposta. A administração considera que a oferta subavalia significativamente o banco e as suas perspetivas de crescimento, argumentando que os acionistas que a aceitarem acabarão por "perder dinheiro". Numa comunicação à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha, o Sabadell fundamentou a sua rejeição com base em relatórios de bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Evercore Partners, que classificaram o preço oferecido como "inadequado". A oferta do BBVA, que avalia o Sabadell em cerca de 17,4 mil milhões de euros, consiste numa troca de ações e uma contrapartida em dinheiro de 0,70 euros por ação.
O Sabadell argumenta que este valor "não reflete adequadamente o valor intrínseco" da instituição.
Além da questão financeira, o banco catalão aponta que as restrições impostas pelo Governo espanhol à operação, que exigem a manutenção de personalidades jurídicas e gestões separadas durante pelo menos três anos, "pioraram de forma manifesta" as condições da oferta. O processo, que decorre até 7 de outubro, enfrenta a oposição não só do Sabadell, mas também do governo espanhol e do governo regional da Catalunha, que temem os impactos na concorrência, no financiamento a PMEs e no emprego.
Se a fusão avançar, criará o segundo maior banco de Espanha em ativos, com perto de um bilião de euros.
Em resumoA OPA hostil do BBVA sobre o Sabadell enfrenta uma forte resistência, com a administração do banco alvo a rejeitar firmemente a oferta por considerá-la financeiramente inadequada e prejudicial para os acionistas. A operação está também condicionada por obstáculos políticos e regulatórios, tornando o seu desfecho incerto e marcando um dos mais relevantes confrontos no setor bancário europeu recente.