O Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre 100% do capital do Banco Sabadell, numa operação que, a concretizar-se, criaria um dos maiores bancos europeus. No entanto, a iniciativa enfrenta uma forte oposição por parte do conselho de administração do Sabadell, que recomendou unanimemente aos seus acionistas a recusa da oferta. O conselho do Sabadell argumenta que a proposta do BBVA “subvaloriza muito significativamente” o banco e as suas perspetivas de crescimento. Numa comunicação à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha, a administração afirmou que a oferta “não reflete adequadamente o valor intrínseco das ações do banco” e que os acionistas acabarão por “perder dinheiro” se a aceitarem. Para suportar esta posição, o Sabadell encomendou relatórios aos bancos de investimento Goldman Sachs e Evercore Partners, que concluíram que o preço oferecido é “inadequado”.
A oferta do BBVA, que decorre até 7 de outubro, consiste em 0,70 euros por cada ação do Sabadell, acrescido de uma nova ação do BBVA. O valor total da oferta passou de 12,2 mil milhões de euros no final de 2024 para 17,4 mil milhões em setembro de 2025, segundo o BBVA.
A operação enfrenta também obstáculos políticos.
O Governo de Espanha impôs condições inéditas, exigindo que os dois bancos mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas durante pelo menos três anos para proteger o “interesse geral”, uma decisão que levou a Comissão Europeia a abrir um procedimento de infração contra Espanha. Se a fusão avançar, a nova entidade teria perto de um bilião de euros em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha e ultrapassando o CaixaBank.
Em resumoO BBVA lançou uma OPA hostil para adquirir o Banco Sabadell, mas enfrenta forte resistência do conselho de administração do visado, que considera a oferta insuficiente e prejudicial para os acionistas. A operação, que criaria um gigante bancário europeu, está também condicionada pela intervenção do Governo espanhol, que impôs a manutenção de gestões separadas por três anos, gerando um conflito com a Comissão Europeia.