Esta decisão rompe com a feroz defesa da independência que caracterizou o estilista italiano durante cinco décadas e abre portas a uma potencial aquisição por um dos gigantes do luxo.

O documento, tornado público a 12 de setembro, detalha um roteiro claro: os herdeiros têm 18 meses para vender uma participação inicial de 15% da Giorgio Armani SpA a um de três compradores preferenciais – LVMH, L'Oréal ou EssilorLuxottica – ou a uma empresa com características semelhantes. Após três anos, o novo acionista poderá aumentar a sua participação para uma posição maioritária.

Como alternativa, o testamento prevê a possibilidade de uma Oferta Pública Inicial (IPO) em Milão ou noutro mercado relevante.

A decisão marca uma viragem estratégica, reconhecendo a crescente consolidação do setor em grandes conglomerados.

Analistas da Berenberg avaliam a empresa entre cinco e sete mil milhões de euros, apontando a LVMH como a opção mais estratégica, dado o seu “histórico de investidor minoritário de longo prazo, paciente e apoiante”. O controlo da empresa ficou nas mãos da Fundação Armani, de membros da família e do seu companheiro e braço-direito, Leo Dell’Orco, que terão a responsabilidade de executar a vontade do fundador num contexto desafiador para o mercado de luxo, afetado por tarifas e instabilidade geopolítica.