Esta alteração estratégica não só aumenta o prémio para os acionistas do Sabadell para cerca de 11,8%, como também introduz um benefício fiscal significativo: a operação torna-se fiscalmente neutra em Espanha se mais de metade dos direitos de voto forem aceites, isentando os acionistas de tributação sobre as mais-valias.

O presidente do BBVA, Carlos Torres, descreveu a nova oferta como "extraordinária, com uma valorização e preços históricos", avaliando cada ação do Sabadell em 3,39 euros, um valor recorde na última década. No entanto, a administração do Sabadell mantém-se firme na sua rejeição.

O presidente executivo do Sabadell, César González-Bueno, reiterou que a OPA "é má", argumentando que é "pior inclusivamente que a original" e que os prémios habituais em operações semelhantes atingem os 30%. O Conselho de Administração do Sabadell já tinha rejeitado por unanimidade a OPA em 12 de setembro, recomendando aos acionistas que não vendessem as suas ações por um valor considerado insuficiente. A operação, que criaria um gigante bancário com perto de um bilião de euros em ativos, enfrenta ainda a oposição do Governo espanhol, que impôs condições para autorizar a fusão, exigindo que as duas entidades mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas durante pelo menos três anos para proteger o "interesse geral".