A Berkshire Hathaway, conglomerado liderado pelo investidor Warren Buffett, confirmou a venda da totalidade da sua participação na fabricante chinesa de veículos elétricos BYD, encerrando um investimento de 17 anos que gerou uma valorização extraordinária. A notícia provocou uma queda superior a 3% nas ações da BYD na bolsa de Hong Kong, refletindo a reação do mercado à saída de um investidor de referência. A decisão da Berkshire de alienar a sua posição na BYD marca o fim de uma era. O investimento inicial, realizado em 2008 por recomendação de Charlie Munger, foi de aproximadamente 230 milhões de dólares. Ao longo de 17 anos, os títulos da BYD valorizaram quase 40 vezes, um ganho de cerca de 3.890%, com a participação a atingir um valor de 9 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2022. A partir de agosto desse ano, a Berkshire começou a reduzir progressivamente a sua posição, até à venda total confirmada agora.
Warren Buffett não justificou publicamente a decisão, mas em 2023, ao mesmo tempo que elogiava a BYD como "uma empresa extraordinária", afirmou: "Vamos encontrar coisas para fazer com o dinheiro que me façam sentir melhor".
A saída ocorre num momento em que a BYD enfrenta a primeira queda nos lucros trimestrais em mais de três anos, resultado da intensa guerra de preços no setor de veículos elétricos na China. Em reação, o diretor-geral de relações públicas da BYD, Li Yunfei, minimizou o impacto, afirmando que "investir em bolsa é comprar e vender, é normal!
", e agradeceu a Buffett e Munger pelos 17 anos de parceria.
A CNBC especula que a decisão pode estar relacionada com riscos geopolíticos, à semelhança da recente venda de uma participação na taiwanesa TSMC por parte da Berkshire.
Em resumoA Berkshire Hathaway vendeu a sua participação total na BYD, concluindo um investimento altamente lucrativo de 17 anos. A saída de Warren Buffett teve um impacto negativo imediato nas ações da fabricante chinesa, que enfrenta uma concorrência acrescida e uma guerra de preços no seu mercado doméstico.