A medida visa reorganizar as responsabilidades financeiras com os credores e estabilizar a empresa face às "pressões económicas e financeiras" do mercado.

A decisão de recorrer ao PER surge num contexto de crise para a marca portuguesa, detida pelo Grupo Aquinos desde 2020. A faturação da empresa caiu de 40,2 milhões de euros em 2022 para 21,3 milhões no ano passado, período em que também perdeu 123 trabalhadores, reduzindo o seu quadro para 241 funcionários. O Gato Preto, com 31 lojas em Portugal e oito em Espanha, enfrenta uma situação que exige uma "revisão profunda" do seu modelo de operação.

O processo, que deu entrada no tribunal de Sintra, tem como administrador judicial provisório Jorge Calvete e envolve a negociação com credores como BCP, BBVA, Montepio, Novobanco e BPI.

A empresa afirma que o PER é uma "ferramenta legal de revitalização" que permitirá "preservar postos de trabalho" e garantir a continuidade do serviço a clientes e fornecedores.

A situação do Gato Preto não é isolada no setor do retalho especializado em decoração, que tem sido significativamente afetado pelas atuais pressões do mercado, como demonstra a recente falência da sua concorrente, a Casa.

Já este ano, em março, o acionista injetou 19 milhões de euros no capital da empresa através da conversão de suprimentos, e Mónica Brogueira assumiu o cargo de CEO.