A Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o Sabadell continua a marcar a atualidade financeira europeia, com o banco basco a intensificar os seus esforços para concretizar uma fusão que criaria um dos maiores grupos bancários de Espanha. A mais recente evolução do processo foi a melhoria da proposta de compra, que agora oferece uma ação do BBVA por cada 4,8376 ações do Sabadell, eliminando a componente em dinheiro e representando uma valorização de 10% face à oferta anterior. A nova proposta, totalmente em ações, foi desenhada para ser mais atrativa para os acionistas do Sabadell, oferecendo neutralidade fiscal caso a aceitação supere 50% dos direitos de voto. O presidente do BBVA, Carlos Torres, descreveu a nova oferta como “extraordinária, com uma valorização e preços históricos”, afirmando que avalia cada ação do Sabadell a 3,39 euros, “um valor recorde em mais de uma década”. No entanto, a administração do Sabadell mantém uma forte oposição.
O seu presidente executivo, César González-Bueno, reiterou que “a oferta é má porque é pior inclusivamente que a original que nos fizeram”, sublinhando que os prémios em operações semelhantes costumam rondar os 30%, um valor muito superior ao oferecido.
A Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha aprovou as novas condições, estendendo o prazo para os acionistas aceitarem a proposta até 10 de outubro. O processo continua a enfrentar obstáculos significativos, nomeadamente a oposição do governo espanhol, que impôs condições inéditas para autorizar a fusão, exigindo que os dois bancos mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas durante três anos, uma medida que levou Bruxelas a abrir um procedimento de infração contra Espanha.
Em resumoA OPA hostil do BBVA ao Sabadell intensificou-se com uma proposta melhorada e totalmente em ações, prolongando o prazo de aceitação para 10 de outubro. Apesar da forte oposição do Sabadell e das condições impostas pelo governo espanhol, a concretização do negócio criaria um gigante bancário com perto de um bilião de euros em ativos, alterando significativamente o panorama financeiro ibérico.