O banco espanhol BBVA melhorou a sua proposta na Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre o seu rival Sabadell, numa operação avaliada em 17 mil milhões de euros que poderá criar um dos maiores bancos europeus. A nova oferta, agora totalmente em ações, intensifica a pressão sobre os acionistas do Sabadell, cujo conselho de administração continua a rejeitar a proposta.\n\nA nova proposta do BBVA oferece uma das suas ações por cada 4,8376 ações do Sabadell, o que representa uma valorização de 10% face à oferta anterior, que combinava ações e uma componente monetária. Com esta alteração, o BBVA avalia cada ação do Sabadell em 3,39 euros, um valor que descreve como “um recorde em mais de uma década”.
A Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha aprovou as novas condições, estendendo o prazo de aceitação da OPA até 10 de outubro. Uma das vantagens da nova proposta é o potencial benefício fiscal para os acionistas do Sabadell, já que, sendo uma troca integral de ações, a operação seria “fiscalmente neutra” caso a aceitação supere 50%. Apesar da melhoria, o conselho de administração do Sabadell mantém a sua oposição.
O presidente executivo, César González-Bueno, reiterou que a oferta é má, afirmando que “é pior inclusivamente que a original que nos fizeram [em maio de 2024]” e sublinhando que os prémios em OPA hostis costumam rondar os 30%, enquanto a proposta atual oferece um prémio de apenas 11,8%.
A reação do mercado à nova oferta foi negativa para o proponente, com as ações do BBVA a caírem perto de 2% após o anúncio.
Em resumoA melhoria da oferta hostil do BBVA sobre o Sabadell eleva a tensão numa das maiores batalhas corporativas em Espanha. A decisão final está agora nas mãos dos acionistas do Sabadell, que terão de ponderar entre um prémio superior e a recomendação de rejeição do seu conselho de administração, num negócio que poderá reconfigurar o setor bancário europeu.