A Idealista responsabiliza a AdC por um “atraso material” que tornou a transação “inviável”, enquanto o regulador afirma que a operação levantava “sérias preocupações concorrenciais” que a empresa não se propôs a resolver.\n\nO conflito centra-se na interpretação do impacto da operação no mercado português. A Idealista argumenta que o Kyero representa apenas 1% do mercado nacional e que a notificação à AdC foi feita “ad cautelam”, ou seja, de forma preventiva.
A empresa critica o regulador por ter levado o processo a uma investigação aprofundada, o que considerou um “atraso injustificado”, e por nunca ter comunicado “de forma detalhada e objetiva” as suas preocupações. Por outro lado, a AdC contrapõe que a Idealista detém uma posição de mercado “muito superior” ao limiar de 50%, o que torna qualquer aquisição relevante. O regulador acusa a Idealista de fornecer “respostas circulares e pouco claras” e de não ter apresentado “qualquer iniciativa no sentido de resolver as preocupações identificadas, não tendo, em momento algum, sido sugeridos quaisquer compromissos”. A AdC sublinha que o reforço do poder de mercado da Idealista através da absorção de um concorrente relevante reduziria a escolha para os consumidores.
A autoridade nota ainda que a operação foi igualmente abandonada em Espanha, onde a congénere espanhola (CNMC) estaria a exigir compromissos que a Idealista considerou excessivos.














