Grupo italiano MFE negoceia aquisição de controlo da Impresa

O grupo de media português Impresa está em negociações exclusivas com o conglomerado italiano MFE-MediaForEurope para a aquisição de uma participação de controlo, um movimento que poderá redefinir o panorama dos media em Portugal e que provocou uma forte valorização das suas ações em bolsa. A notícia das negociações entre o acionista maioritário da Impresa, a Impreger da família Balsemão, e o grupo MFE, controlado pela família de Silvio Berlusconi, agitou o mercado financeiro português. A confirmação oficial dos contactos, divulgada através de comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), levou à suspensão temporária da negociação das ações da dona da SIC e do Expresso, que, após o levantamento da suspensão, dispararam mais de 60%. A Impresa admitiu que a operação pode resultar na aquisição de uma “participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo”, assinalando o potencial fim do controlo histórico da família Balsemão. Este interesse surge num momento de fragilidade financeira para a Impresa, que registou prejuízos de 66,2 milhões de euros em 2024 e enfrenta uma dívida líquida crescente, tornando a entrada de um novo acionista uma necessidade urgente para reequilibrar as contas. Para a MFE, a potencial aquisição enquadra-se na sua estratégia de expansão pan-europeia, que visa criar um conglomerado de media capaz de competir com os gigantes do streaming. O grupo italiano, que já detém operações em Espanha e na Alemanha, vê em Portugal uma oportunidade de consolidar a sua presença no sul da Europa. A estrutura do negócio poderá passar pela aquisição de uma participação maioritária na Impreger, o que, à luz da legislação portuguesa, obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Impresa SGPS, a empresa cotada.

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Em resumo

As negociações entre a Impresa e a MFE representam um momento decisivo para o grupo português, impulsionado por dificuldades financeiras e pela estratégia de expansão europeia do conglomerado italiano. A forte reação do mercado e a possibilidade de uma mudança de controlo acionista indicam uma reconfiguração significativa no setor dos media em Portugal.

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