A Idealista atribuiu a desistência a “atrasos injustificados” por parte do regulador, enquanto a AdC sustentou que a operação levantava “sérias preocupações concorrenciais” que não foram solucionadas.

A Idealista, líder de mercado em Portugal, notificou a AdC da operação em janeiro de 2025, de forma preventiva, argumentando que a Kyero detém uma quota de mercado de apenas 1%. No entanto, em junho, a AdC decidiu avançar para uma investigação aprofundada, alegando que a operação poderia reforçar o poder de mercado da Idealista ao absorver um concorrente relevante no segmento internacional.

A empresa espanhola criticou a decisão, afirmando que o regulador nunca comunicou de forma detalhada as suas preocupações e que o atraso na análise do processo tornou o negócio inviável. A AdC, por sua vez, reagiu, afirmando que a Idealista tem uma posição de liderança “muito destacada” e que a empresa não apresentou quaisquer compromissos para remediar os riscos identificados, optando por desistir do procedimento.

O caso ilustra as crescentes dificuldades que as empresas dominantes enfrentam em processos de fusões e aquisições, mesmo quando o alvo é um ator de menor dimensão.

A disputa evidencia o poder dos reguladores de concorrência para bloquear ou atrasar negócios que considerem prejudiciais para o mercado, bem como a complexidade em definir os limites da concorrência no setor digital.