O setor bancário espanhol continua a ser abalado pela Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o seu rival Sabadell. A Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha aprovou uma nova proposta do BBVA, que melhorou as condições para os acionistas do Sabadell e estendeu o prazo final para aceitação da oferta até 10 de outubro. A nova proposta do BBVA elimina a componente em dinheiro e passa a oferecer exclusivamente uma troca de ações, numa proporção mais vantajosa para os acionistas do Sabadell: uma ação do BBVA por cada 4,8376 ações do Sabadell. Esta alteração representa uma valorização de 10% face à proposta anterior e introduz um benefício fiscal significativo, tornando a operação fiscalmente neutra para os acionistas que aceitem, caso a OPA supere os 50% de aceitação.
Apesar da melhoria, o presidente executivo do Sabadell, César González-Bueno, reiterou a sua oposição, considerando a oferta "má" e inferior ao valor intrínseco do banco.
A operação enfrenta também a resistência do Governo espanhol, que, numa decisão inédita, impôs condições para a fusão, exigindo que as duas entidades mantenham personalidades jurídicas e gestões separadas durante pelo menos três anos para proteger o "interesse geral".
Se a fusão avançar, criará um dos maiores bancos europeus, com perto de um bilião de euros em ativos, ultrapassando o CaixaBank como segundo maior banco de Espanha.
Em resumoA persistente OPA hostil do BBVA ao Sabadell representa um dos mais significativos movimentos de consolidação na banca europeia. Apesar da melhoria da oferta, a operação enfrenta obstáculos consideráveis, incluindo a forte oposição do conselho do Sabadell e a intervenção do Governo espanhol, que procura mitigar os impactos na concorrência e na coesão territorial.