O regulador português, por sua vez, defende que a operação levantava "sérias preocupações concorrenciais" e que a Idealista não apresentou soluções para as mitigar. O conflito teve início quando a AdC decidiu levar a operação a uma "investigação aprofundada", considerando que a aquisição poderia reforçar o poder de mercado da Idealista, que já detém uma posição de liderança muito destacada. A Idealista argumenta que o portal Kyero representa apenas 1% do mercado português e que a AdC "provocou um atraso material no fecho da operação", tornando o negócio inviável.
A plataforma imobiliária acusa ainda o regulador de nunca ter comunicado de forma "detalhada e objetiva" as suas preocupações e de não ter concluído o teste de mercado ('market test') que permitiria à empresa apresentar compromissos. Em resposta, a AdC afirmou que a Idealista apresentou respostas "circulares e pouco claras" durante a investigação e que, apesar de ter sido informada das preocupações, "não viu qualquer iniciativa no sentido de resolver as preocupações identificadas". O regulador sublinhou que, legalmente, cabe à empresa proponente sugerir compromissos, algo que não aconteceu.
Após a desistência da Idealista, a AdC declarou o procedimento extinto, encerrando um processo que evidencia as tensões entre estratégias de expansão empresarial no setor digital e a supervisão regulatória da concorrência.












