Este movimento surge como uma solução para a grave crise financeira que a Impresa enfrenta, marcada por dívidas crescentes e prejuízos acumulados. A potencial aquisição ocorre num momento crítico para a Impresa, que enfrenta uma situação financeira descrita como "calamitosa".

O grupo registou prejuízos de 66,2 milhões de euros em 2024 e a sua dívida líquida remunerada atingiu 148,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2025, necessitando de uma recapitalização estimada em cerca de 80 milhões de euros para reequilibrar as suas contas. A degradação financeira, marcada por uma década de receitas em declínio e custos crescentes, tornou a entrada de um novo investidor uma questão de sobrevivência. Para o MFE, a operação alinha-se com a sua estratégia de se tornar o "principal operador de TV e media da Europa", como afirmou o seu CEO, Pier Silvio Berlusconi. O grupo italiano, que já detém a Mediaset em Itália, a Mediasetespaña e se tornou acionista maioritário da alemã ProSiebenSat.1 Media, vê em Portugal uma oportunidade de expansão para competir com as plataformas globais de 'streaming'. As negociações, que decorrem há vários meses, poderão envolver a aquisição de 75% da Impreger, a holding da família Balsemão que controla a Impresa, o que obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). A notícia gerou uma reação explosiva no mercado, com as ações da Impresa a dispararem mais de 90%, refletindo a expectativa de que o negócio trará a necessária estabilidade financeira ao grupo português, ainda que signifique o fim do controlo da família Balsemão.