O BPI concluiu a venda de uma participação de 14,75% no Banco de Fomento de Angola (BFA) através de uma Oferta Pública de Venda (OPV) na bolsa de Luanda, encaixando 103 milhões de euros. A operação, que representa o maior IPO da história de Angola, reduz a participação do banco português no BFA para 33,35%, em linha com as recomendações do Banco Central Europeu. A venda da participação enquadra-se na recomendação do Banco Central Europeu (BCE), emitida em 2017, que obriga os bancos europeus a reduzir a sua exposição a Angola, por considerar que a supervisão angolana não é equivalente à europeia.
A OPV, que decorreu a 26 de setembro, foi um sucesso, com a procura a superar a oferta em cinco vezes, envolvendo mais de 11 mil ordens de subscrição.
A Unitel, controlada pelo Estado angolano, também alienou 15% do capital, arrecadando 103,7 milhões de euros.
Com esta operação, o BFA tornou-se a quinta empresa cotada na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) e o terceiro banco. Na sua estreia em bolsa, a 30 de setembro, as ações do BFA dispararam 25%, fechando nos 61.875 kwanzas, acima dos 49.500 kwanzas da oferta. No entanto, o desempenho foi alcançado com um volume de negociação muito reduzido, de apenas 63 ações, evidenciando os desafios de liquidez do mercado de capitais angolano. O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, já admitiu a possibilidade de reduzir ainda mais a sua participação no futuro, apesar de o BFA ter sido um negócio altamente lucrativo para o banco português.
Em resumoA venda parcial do BFA pelo BPI, através de um IPO bem-sucedido na bolsa angolana, cumpre as exigências regulatórias europeias e gera um encaixe financeiro significativo. Apesar do sucesso da oferta, a estreia em bolsa com baixo volume de negociação expõe os desafios de liquidez do mercado de capitais angolano, enquanto o BPI continua a reavaliar a sua exposição estratégica a Angola.